terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dia 8 de novembro, o Dia Mundial do Urbanismo. Instituída em 1949, pelo Instituto Superior de Urbanismo de Buenos Aires, a data pretende promover a consciência, a sustentação e a integração entre a comunidade e o urbanismo. Falar sobre essa área do conhecimento é, também, falar sobre cidades. O mundo vive hoje, uma constante e intensa urbanização, e entre os anos de 2007 e 2008, pela primeira vez, a população mundial que vive em cidades ultrapassou o número de pessoas vivendo no meio rural, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Em alguns países, como o Brasil, a população urbana já ultrapassa a impressionante marca de 80%.

Para se ter uma ideia da rapidez do crescimento urbano no mundo, é necessário imaginar que em 1900, apenas um décimo da população mundial vivia em cidades. Mesmo assim, as cidades já existem há mais de cinco mil anos e, segundo alguns especialistas, é a maior, mais complexa e mais bem sucedida dentre as invenções humanas. A Revolução Industrial acelerou significativamente o crescimento – e o desequilíbrio – do meio urbano. No século XIX, as cidades ficaram saturadas e insalubres, e surgiu a necessidade de um profissional que tivesse conhecimentos para reestruturar esses centros, através da aplicação de técnicas e conhecimentos da arquitetura e da engenharia.

Hoje em dia, diversos problemas atingem desde os pequenos municípios até as megalópoles. Podem ser citados, desde a falta de planejamento, que atinge serviços básicos como água, esgoto e transportes urbanos, até problemas ambientais e culturais: a impermeabilização dos solos (um dos fatores que causam enchentes), a emissão de fases de efeito estufa, a poluição do ar, entre outros. Hoje em dia, os centros urbanos também enfrentam a especulação imobiliária, o desmatamento e a depredação do patrimônio ambiental e cultural. Embora todos eles atinjam as cidades, esses problemas são bem diversos e, por isso, exigem uma abordagem interdisciplinar. É através desse campo de conhecimento, o urbanismo, que podem ser encontradas soluções sustentáveis e inovadoras.

O desafio dos urbanistas é encontrar novos caminhos, pois as cidades não estão – nem nunca estiveram – preparadas para receber e acomodar tantas pessoas. Segundo uma pesquisa do WorldWatch Institute, as cidades ocupam cerca de 2% da superfície terrestre, mas são responsáveis por 76% do consumo de madeira industrializada e 60% da água doce do planeta. Esse mesmo relatório, conclui que são necessárias mudanças em seis áreas – água, lixo, comida, energia, transporte e uso do solo – para que as cidades se tornem melhores para seus habitantes, e para a preservação dos ecossistemas do planeta.