domingo, 1 de agosto de 2010

Libertação dos prisioneiros em Cuba

A boa notícia vem de Cuba. Pressionada por autoridades internacionais, a ditadura decidiu libertar 52 presos políticos no período entre julho e outubro de 2010. O primeiro grupo, composto por sete dissidentes e seus familiares, chegou à Espanha no dia 12 de julho, onde os exilados foram recebidos como imigrantes comuns.

A ilha – extraoficialmente - possui 167 presos políticos, o menor número desde a Revolução Cubana, em 1959. Portanto, se todos os 52 forem soltos, restarão ainda 115 pessoas encarceradas por crimes de consciência.

Todos os presos beneficiados com a medida fazem parte do \"Grupo dos 75\", composto por 75 dissidentes presos em março de 2003 durante a \"Primavera Negra\", como ficou conhecido um dos muitos períodos de severa repressão. Eles foram processados por atividades subversivas e condenados a penas que variam de 14 a 27 anos de prisão. Alguns deles já haviam sido libertados por apresentarem graves problemas de saúde.

A pressão internacional começou após a morte de Orlando Zapata Tamayo, ocorrida no dia 23 de fevereiro de 2010, após 85 dias em greve de fome. Zapata tinha 42 anos e era um dos mais importantes dissidentes políticos do \"Grupo dos 75\". Ele jejuava em protesto contra as condições desumanas dos cárceres de Havana.

No dia seguinte à morte de Zapata, outro detento, Guillermo Fariñas, iniciou greve de fome em homenagem ao companheiro e para pedir a libertação de outros 26 presos políticos que estavam doentes. À época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial a Cuba, foi criticado por não se solidarizar com os ativistas e por compará-los a presos comuns.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Espanha, os exilados não receberam status de asilados políticos para que eles e seus familiares possam trabalhar no país. Outros ativistas, que continuam em Cuba, acreditam que essas medidas sejam os primeiros para reformas políticas.

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